Ou de Sant Jordi e São Jorge
Como todo ano, 23 de abril é uma data especial. Da perspectiva mais catalã dos últimos anos, com a compra protocolar de rosas para as meninas em casa, que são cada vez mais numerosas, e a falta de livros recebidos porque, sinceramente, qual é o objetivo? Tenho mais de cem livros para ler e, às vezes, me imagino lendo-os isolado em uma prisão, ou perdido em uma ilha deserta, ou em um retiro nas montanhas, de preferência “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann, que, apesar de já estar na minha “lista” de grandes obras lidas, devo ler novamente o mais rápido possível.
A “volta às aulas” por meio de nossas filhas nos leva de volta a um lugar em nosso passado. É enriquecedor e, pelo menos para mim, está permitindo que eu me conheça melhor.
Os anos passam, mas as tradições continuam presentes.
São Jorge. Ah… São Jorge! São Jorge é magia, é axé, é cultura, é Brasil. Ao contrário da tradição catalã, São Jorge é uma entidade de grande força espiritual para muitos no Brasil e no mundo. A tradição afro-americana é representada em uma figura que, embora universal, não tem a mesma força em todos os lugares. São Jorge, sincretismo com Ogum e Oxóssi, é proteção.
São Jorge é cantado por grandes nomes do cenário musical atual ou recente.
No Rio de Janeiro, essa celebração é relevante há anos, sendo feriado desde 2001 na capital fluminense, e talvez a única coisa boa que o ex-governador Wilson Witsel nos legou, quando em 2019 aprovou uma lei declarando São Jorge o padroeiro do estado do Rio de Janeiro.
Salve Jorge! Feliç Sant Jordi!